27.12.08

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Um Mundo de Contrastes ...
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Rickshaws e respectivos condutores em Kolkata (Calcutá), Índia.

(Foto de F. Ornelas)
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Versão nova iorquina de rickshaw, o pedicab. O custo da voltinha ao Central Park é a condizer!

(Foto de F. Ornelas)
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Vista de Nova Iorque para ... ainda prédios. Espectaculares, mas prédios!

(Foto de F. Ornelas)

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Vista de Gangtok para NW ... os imponentes Himalaias. Cidade pobre, mas cenário deslumbrante!

(Foto F. Ornelas)

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Vista parcial da cidade de Gangtok, capital do estado Indiano de Sikkim, no NE da Índia, Himalaias ocidentais.

(Foto de F. Ornelas)
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Panorâmica da cidade de Nova Iorque vista do Empire State Building ao anoitecer.
(Foto de F. Ornelas)
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13.12.08

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O Stress (... continuação)
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... e não é que o comboio chegou exactamente à hora prevista?! Uma dose de stress a menos ...
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Centro de Zurique no Verão de 2007.
(Foto de F. Ornelas)
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Quando saí da gare e atravessei o primeiro cruzamento, reparei que a passadeira para peões só existia na parte da estrada destinada aos veículos automóveis. Na parte destinada aos transportes públicos não há passadeira. Isto causa um pouco de stress momentâneo a quem não está habituado. Uma mente menos aberta e pouco humilde começaria de imediato a tecer considerações pouco elogiosas ao responsável por aquela falta imperdoável. Esta é a sensação egoísta de quem acha que tem todos os direitos só porque está numa passadeira. Ao fim de alguns dias de andar a pé e também de eléctrico ou tram, começamos a perceber a lógica da coisa. Quem é que tem mais prioridade? O indivíduo na passadeira ou as 100 pessoas dentro do eléctrico que, civilizadamente, optaram pelo transporte público em vez do seu carrinho? Quando estamos no eléctrico sabe-nos muito bem que a viagem seja rápida e confortável; portanto o eléctrico é climatizado e não tem que parar a cada 50 metros numa passadeira para deixar passar um ou dois peões. Isto começa a fazer sentido e o egoísmo começa a desvanecer-se ... e cada vez há menos stress.

Poucos dias após a chegada, tive que deslocar-me do edifício principal do ETH-Zürich, no centro da cidade, até ao campus universitário de Höngerberg, que eu sabia ser nos arredores de Zurique. Habituado aos transportes públicos Portugueses, saí do ETH com uma hora de antecedência. Qual não foi o meu espanto ao chegar ao destino ao fim de apenas 15 minutos! Como é que é possível?! Até achei a viagem demasiado curta porque ia a gozar a vista lindíssima da parte alta da cidade para o lago lá em baixo e para as montanhas lá ao fundo. Uma coisa que me chamou à atenção foi o facto de o eléctrico nunca ter parado num sinal vermelho ... grande sorte, pensei eu! Mas não foi. A realidade é bem diferente; existe um verdadeiro corredor de transportes públicos que todos os automobilistas respeitam (portanto a via está sempre desimpedida), e existe a possibilidade do condutor do eléctrico mudar o semáforo para verde através de telecomando. Não é fantástico?! Aquela gente tem a noção exacta das prioridades e do civismo ... o transporte público é prioritário, e todos devem sentir vontade de utilizá-lo porque é rápido e confortável ... e muito mais civilizado e respeitador do ambiente cada vez mais degradado do nosso planeta. E lá se vai uma grande dose de stress ...

Resta acrescentar que nunca esperei por transporte público mais do que 4 ou 5 minutos na paragem. A frequência e a pontualidade livram-nos dum stress imenso.
Portanto, sabe-se sempre com o que se conta ... logo, não há stress! Ainda gostava de saber porque é que os nossos governantes não vão a estes países civilizados e aprendem estas coisas tão simples, mas fantásticas!
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Edifício principal do ETH-Zürich ... e o dito eléctrico!
(Foto de F. Ornelas, 2007)
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Zurique à noite no Verão de 2007

(Foto de F. Ornelas)

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(Continua ...)
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6.12.08

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O que vemos?
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Vista geral de uma falésia numa enseada na Costa Vicentina.
(Foto F. Ornelas, 2005)
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O que o Biólogo vê: toda uma variedade de espécies animais e vegetais que povoam estas falésias. No detalhe, revela-se um universo de vida em cada metro quadrado.
(Foto F. Ornelas, 2005)
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O que o Geólogo vê: o substracto sobre/no qual vivem os seres vivos estudados pelo Biólogo. Neste caso, trata-se de rochas sedimentares, marinhas, cuja estratificação originalmente era aproximadamente plana e horizontal. Presentemente encontram-se distorcidas (dobradas) e fracturadas/falhadas pela acção de forças tectónicas (componente horizontal da força da gravidade). As estruturas geológicas observadas nesta imagem são uma excelente mostra da grande dinâmica interna do nosso planeta. Em detalhe pode-se observar uma quantidade imensa de estruturas (e.g. imagem inserida no canto inferior direito) e micro-estruturas que nos ajudam a compreender a complexa evolução das rochas, e a forma como elas reagiram às forças aplicadas.
(Foto F. Ornelas, 2005)
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Os olhos vêem

o que o cérebro está educado para ver

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30.11.08

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Uma questão de sobrevivência


Quem poderia imaginar ver um dia cegonhas a nidificar num ambiente tão (aparentemente) hostil?! Pois elas aí estão a povoar as falésias da Costa Alentejana (Costa Vicentina), onde os ventos são quase constantes e frequentemente fortes. Mas a vista das suas "casas" é soberba ...
(Foto de F. Ornelas, 05.2008)



Também não me importava de viver num sítio assim! Consigo imaginar o que seria o meu acordar de todos os dias ...
(Foto de F. Ornelas, 05.2008)



Mas não há bela sem senão! As falésias estão cheias de predadores ... neste caso uma gaivota escondida por baixo dos ninhos à espera da primeira oportunidade para roubar um ovo ou uma cria mais fraca.

(Foto de F. Ornelas, 05.2008)



... noutros casos o falcão peregrino. Este deixou-me aproximar porque estava de guarda ao seu ninho e à sua cria. Também eles têm predador, o pior de todos, o homem ... que os caça "por prazer" e "por desporto"! Que noção bestial de prazer por parte daquele que é, supostamente, não besta ...

(Foto de F. Ornelas, 05.2008)

Sorte ou competência? Esta cegonha parece ter sido muito bem sucedida ao conseguir criar dois pintos numa ninhada.

(Foto de F. Ornelas, 05.2008)


Azar ou incompetência? Seja lá o que for, há que recomeçar. O instinto de sobrevivência comanda-lhes a vida.

(Foto de F. Ornelas, 05.2008)



Mais vale um pássaro na mão (oops, no ninho) ...


(Foto de F. Ornelas, 05.2008)



Nestas deambulações pela Costa Vicentina no meu trabalho regular de Geólogo, muitas vezes paro para contemplar a magnífica paisagem da costa Alentejana. A contemplação tem o poder de excitar e libertar a mente. O preconceito desvanece-se e o raciocínio torna-se mais claro e mais criativo. E assim começa a minha actividade de investigador.

Estas imagens de cegonhas sobreviventes e de predadores, também me suscitaram algumas reflexões sobre princípios básicos de vida, que eu adopto para mim: o carácter tempera-se na adversidade, o que não nos mata só nos fortalece.

Mas também me suscitam reflexões menos abonatórias sobre o comportamento humano. Com as imagens tentei ilustar o significado de "survival of the fittest". Para se cumprir este desígnio é necessário manter um forte sentido de sobrevivência que a espécie humana está a perder. A espécie dita inteligente está a comportar-se de forma irracional, e arrisca-se a ser a primeira espécie da história da evolução biológica da Terra a determinar a sua própria extinção. Estranha noção esta de selecção natural em que uma espécie destrói o seu próprio habitat.
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29.11.08

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Aqui não há empecilhos




Aqui sinto-me bem, sinto-me em casa. Chá de menta na tenda com berberes no deserto de areia do sul de Marrocos. De início recusaram-se a falar outra língua comigo que não a árabe. Depois de muito e (sofrível) Francês, lá consegui convencê-los de que era Português. Ainda assim, asseguraram-me que as minhas raízes eram árabes, e certamente berberes. "As tuas feições não enganam", garantiram-me em coro! Talvez por isso me tenha sentido ali tão bem, em casa. E foi também certamente por ter partilhado um chá com gente simples, mas civilizada e educada.

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E ali temos o tempo todo do mundo...

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Carneiros, cabras, dromedários, burros, mulas, vacas e coiotes no caminho ...



Em muitas das viagens que faço encontro empecilhos. Estes fazem-me sorrir...


Ovelhas, cabras, burros, mulas e vacas numa aldeia dos Alpes Italianos

(Foto de F. Ornelas, 2003)



Cabras "relaxadas" na ilha Terceira, Açores

(Foto de F. Ornelas, 2003)


... e lá temos que enxotá-las para prosseguir caminho

(Foto F. Ornelas, 2003)



Cabras e ovelhas no centro de Calcutá, Índia

(Foto de F. Ornelas, 2008)



Cabras e ovelhas guardadas por gaúcho Argentino, com os Andes de fundo. Na Patagónia não há pressa ... há tempo para contemplação ... aprecia-se a paisagem imponente ... fica-se profundamente inspirado. Faz-me recordar um dito de Einstein: "He, who can no longer pause to wonder and stand rapt in awe, is as good as dead: his eyes are closed."
(Foto de F. Ornelas, 2006)



Vaca urinando e "limpando" caixotes de lixo na plataforma do comboio que me levou aos Himalaias

(Foto de F. Ornelas, 2008)



Vaca "emplastro" em frente ao famoso Glarus, nos Alpes Suíços. Afinal ela é um símbolo da Suíça e do seu famoso chocolate!

(Foto de F. Ornelas, 2007)


Camelos que afinal são dromedários ... caiu-lhes uma bossa no caminho! Deserto de areia (Erg) do sul de Marrocos

(Foto de F.Ornelas, 2004)



... e mais dromedários! Deserto de pedras (Reg) do sul de Marrocos
(Foto de F.Ornelas, 2004)


Um outro deserto, uma outra fauna, Vale da Morte, deserto de Mojave na Califórnia, USA

(Foto de F. Ornelas, 2005)

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26.11.08

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O Stress


Quando aterrei no aeroporto de Zurique, para uma estadia prolongada de mais de um ano de sabática no ETH-Zürich, trazia comigo grandes recordações de visitas curtas anteriores, e também alguns comentários menos encorajadores de colegas e amigos portugueses: “A Suíça é um stress, aquilo parece uma organização militar!”.

Quando entrei no aeroporto e me dirigi ao tapete rolante da bagagem, qual não foi o meu espanto ao ver a mala já disponível para ser levantada! O que contrasta com o imenso stress da longa espera pela mala no aeroporto de Lisboa. Portanto, livraram-me do primeiro stress. E livraram-se eles também do stress de terem que ouvir impropérios da parte de quem já está farto de esperar, e já lhe falta a paciência e a boa educação.

Quando comprei o bilhete para o comboio que me levaria ao centro da cidade em menos de 15 minutos e por 4 € (exacto, mais rápido e mais barato do que em Lisboa), o empregado avisou-me de que teria de despachar-me se quisesse apanhar o primeiro comboio que partiria dali a 1 minuto na linha 3. Aqui, das duas uma: ou acreditamos no simpático e honesto empregado, despachamo-nos e apanhamos o comboio dali a um minuto, ou achamos que aquilo é à portuguesa e o comboio só partirá sabe Deus quando. À boa portuguesa, vai-se na calma. Mas não é que chegamos à plataforma e o comboio partiu mesmo à hora, e já só lhe vemos a traseira a desaparecer rapidamente em direcção a Zurique?! Ora bem, aprendemos que na Suíça 1 minuto significa 60 segundos, e não outra coisa qualquer. Mas eu acreditei no aviso e despachei-me, e apanhei o comboio que partiu exactamente à hora prevista (i.e. 1 minuto – 60 segundos – após o aviso do empregado). E começa a nascer aquela sensação agradável e reconfortante de que as coisas acontecem quando está previsto acontecerem; ninguém nos engana. E lá me livrei do segundo stress, e cheguei mais cedo ao ETH.

Portanto, sabe-se sempre com o que se conta, confia-se ... portanto, não há stress!

(Continua... http://cronicasdealem.blogspot.com/2008/12/blog-post_13.html)



Glarus, Alpes Suíços (Foto de F. Ornelas, 2007)

22.11.08

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O início da viagem...


Quando nos fechamos numa redoma, as nossas ilusões tornam-se realidades e as nossas mentiras transformam-se em verdades ... as nossas verdades. Quando desejamos muito aprender, viajamos ... nos livros e pelo mundo. Conhecemos outras culturas, outras realidades, outras formas de pensar. E reconhecemos que afinal existem outras verdades ... e cada vez mais gostamos de viajar e aprender.


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Andes Argentinos, Patagónia (foto de F. Ornelas, 2005)